Em mensagem do Dia Mundial da Paz, o Pontífice cita a importância do cuidado mútuo.
[Eduardo Honorato Paulo, 02/01/2021] O Papa Francisco enviou hoje sua tradicional mensagem de ano novo durante a oração do Angelus direto da Biblioteca do Palácio Apostólico e teve como centro o tema do Dia Mundial da Paz: A cultura do cuidado como percurso de paz.
O Papa reforçou que os tempos difíceis que humanidade passou no ano de 2020 especialmente por causa da pandemia nos mostrou a importância de assumirmos as preocupações uns dos outros e o cuidado mútuo.
“Os dolorosos acontecimentos que marcaram o caminho da humanidade no ano transcorrido, especialmente a pandemia, nos ensinam como é necessário interessar-se pelos problemas dos outros e compartilhar suas preocupações. Esta atitude representa o caminho que leva à paz, pois favorece a construção de uma sociedade fundada em relações fraternais. Cada um de nós, homens e mulheres de nosso tempo, é chamado a realizar a paz: cada um de nós. Não sejamos indiferentes a isso. Somos todos chamados a realizar a paz e a realizá-la todos os dias e em todos os ambientes da vida, estendendo a mão ao irmão que precisa de uma palavra de conforto, de um gesto de ternura, de uma ajuda solidária. Para nós, esta é uma tarefa dada por Deus. O Senhor nos dá a tarefa de sermos operadores de paz.”
Francisco ainda afirmou que a paz tão desejada não é a simples ausência de guerras ou conflitos, mas sim a criação de um ambiente fraterno, construído por cada um de nós por meio de atitudes solidárias e atos de gentileza dispensados uns com os outros.
“Trata-se de desenvolver uma mentalidade e uma cultura do “cuidar”, a fim de derrotar a indiferença, vencer o descarte e a rivalidade, indiferença, descarte e rivalidade que infelizmente prevalecem. Eliminar esses comportamentos. A paz não é apenas a ausência de guerra, a paz nunca é asséptica: não, a paz do quirófano não existe. A paz está na vida: não é apenas a ausência de guerra, mas uma vida rica em sentido, impostada e vivida na realização pessoal e na partilha fraterna com os outros. Então essa paz tão almejada e sempre ameaçada pela violência, pelo egoísmo e pela maldade, aquela paz colocada em perigo, torna-se possível e realizável se eu a tirar como uma tarefa que me foi doada por Deus.”
O Pontífice ainda lembrou da liturgia do primeiro dia do ano dedicada a Maria Mãe de Deus: “Começamos o Ano Novo colocando-nos sob o olhar materno e amoroso de Maria Santíssima, que a liturgia hoje celebra como a Mãe de Deus. Desta forma retomamos nosso caminho pelas veredas do tempo, confiando nossas angústias e nossos tormentos Àquela que pode fazer todas as coisas. Maria nos olha com ternura materna, assim como olhava para seu Filho Jesus. Se olharmos para o Presépio, vemos que Jesus não está no berço. Disseram-me que Nossa Senhora disse: “Deixem-me segurar um pouco no colo este meu filho?” Assim faz Nossa Senhora conosco: quer nos segurar em seus braços para nos proteger como ela protegeu e amou o seu Filho.”