Papa Francisco no Ângelus de 18/06/2023


O Ângelus, com Papa Francisco

“Ele transforma nossos corações e nos dá aquela alegria e aquela paz que nós mesmos não podemos obter”

[Renata Neli, 18/06/2023 – Redação CatolicaWeb] Neste domingo, diante de todos os presentes na Praça São Pedro, nosso Pontífice, grato pelas orações por sua recuperação, fez sua reflexão do evangelho do dia que tem como ponto central a proximidade de Deus Pai e Deus Filho.

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Desejo expressar minha gratidão a quantos, durante os dias de minha internação na Policlínica Gemelli, me mostraram afeto, preocupação e amizade, assegurando-me o apoio de suas orações. Esta proximidade humana e espiritual tem sido de grande ajuda e conforto para mim. Obrigado a todos, obrigado, muito obrigado!”

Deus que é Pai, de todos nós, nunca está distante, pois Ele nos ama até em nossos piores momentos, Ele sempre está conosco. Assim nos diz o Papa:

“De fato, se o Deus do céu está próximo, não estamos sozinhos na terra e mesmo nas dificuldades não perdemos a fé. Aqui está a primeira coisa a dizer às pessoas: Deus não está distante, mas é Pai. Deus não está distante, é Pai, conhece-te e ama-te; ele quer segurar sua mão, mesmo quando você desce por caminhos íngremes e esburacados, mesmo quando você cai e tem dificuldade para se levantar e continuar seu caminho; Ele, o Senhor, está aí com você. De fato, muitas vezes nos momentos em que você está mais fraco, você pode sentir a presença dele mais forte. Ele conhece o caminho, Ele está com você, Ele é o seu Pai! Ele é meu pai! Ele é nosso Pai!”

Sentir esta proximidade de Deus, mesmo que outras pessoas e outros lugares sejam descobertos e conhecidos, faz termos a segurança da proteção do Pai, e a alegria de anunciá-lo. Assim o Pontífice nos fala:

“Fiquemos com esta imagem, porque anunciar Deus perto de nós é convidar-nos a pensar-nos como uma criança que caminha de mãos dadas com o pai: tudo lhe parece diferente. O vasto e misterioso mundo torna-se familiar e seguro, pois a criança sabe que está protegida. Ele não tem medo e aprende a se abrir: conhece outras pessoas, faz novos amigos, aprende com alegria coisas que não sabia e depois vai para casa e conta a todos o que viu, enquanto cresce nele o desejo de crescer e fazer as coisas que viu seu pai fazer. É por isso que Jesus parte daqui, é por isso que a proximidade de Deus é o primeiro anúncio: estando perto de Deus vencemos o medo, abrimo-nos ao amor, crescemos no bem e sentimos a necessidade e a alegria de anunciar.”

O Pontífice nos lembra que devemos ser como crianças, exemplo de confiança ao amor do Pai:

“Se quisermos ser bons apóstolos, devemos ser como crianças: sentar ‘no colo de Deus’ e dali olhar o mundo com confiança e amor, para testemunhar que Deus é Pai, que só Ele transforma nossos corações e nos dá aquela alegria e aquela paz que nós mesmos não podemos obter.”

O anúncio de que Deus está próximo deve ser feito com gestos e atos, serviço e testemunho de vida, nos diz o Papa:

“Anuncie que Deus está próximo. Mas como fazer isso? No Evangelho, Jesus recomenda não dizer muitas palavras, mas fazer muitos gestos de amor e esperança em nome do Senhor; não dizendo muitas palavras, mas fazendo gestos: ‘Curai os enfermos – diz – ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai’ (Mt 10,8). Aqui está o cerne do anúncio: testemunho gratuito, serviço. Vou te dizer uma coisa: sempre fico muito perplexo com os ‘fabricantes de palavras’, com tanto falar e não fazer nada.”

O Pontífice encerra nos questionando se confiamos, ouvimos o Pai e se incentivamos outros a seguir:

“A esta altura, façamos algumas perguntas: nós, que cremos no Deus próximo, confiamos nele? Sabemos olhar para frente com confiança, como uma criança que sabe que está sendo carregada pelo pai? Sabemos sentar-nos nos joelhos do Pai em oração, ouvindo a Palavra, aproximando-nos dos Sacramentos? E, finalmente, perto dele, sabemos incutir coragem nos outros, nos aproximar de quem sofre e está sozinho, de quem está longe e até de quem nos é hostil? Esta é a concretude da fé, isto é o que importa. E agora rezemos a Maria, que nos ajuda a sentir-nos amados e a transmitir-nos proximidade e confiança.”

Depois do Ângelus

Após a oração do Ângelus, nosso Pontífice lembrou com tristeza do naufrágio ocorrido na costa da Grécia, principalmente que na próxima terça será o Dia Mundial do Refugiado, e estendeu suas orações também as vitimas do ataque a escola em Uganda.

“Queridos irmãos e irmãs, na próxima terça-feira, 20 de junho, é o Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas: com grande tristeza e muita dor penso nas vítimas do gravíssimo naufrágio ocorrido nos últimos dias na costa da Grécia. E parece que o mar estava calmo. Renovo minhas orações por aqueles que perderam a vida e imploro que tudo seja feito sempre para evitar tragédias semelhantes.”

“E rezo também pelos jovens estudantes, vítimas do brutal ataque a uma escola no oeste de Uganda. Esta luta, esta guerra em todos os lugares… vamos rezar pela paz!”

O Papa saudou a todos os presentes, peregrinos, grupos, congregações, fiéis e religiosos, nos lembrando permanecer em oração pelo povo ucraniano:

“Perseveremos em oração pelo povo da devastada Ucrânia – não nos esqueçamos disso! – que tanto sofre.“

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