“Diante do Pai há alguém que lhe mostra as chagas e intercede.”
[Renata Neli, 21/05/2023 – Redação CatolicaWeb] Neste Domingo da Ascensão do Senhor, nosso Pontifice diante de todos os fieis e peregrinos na Praça São Pedro, nos fala da subida do Senhor aos céus, e dois pontos para refletirmos: por que comemorar? O que Jesus faz no céu?
Na Ascensão do Senhor aos céus, com ele foi a nossa humanidade, pois ele se fez homem, e retorna ao Pai, não só espírito, mas leva também a carne que é a prova do seu amor por nós, assim diz o Papa:
“Por que celebramos. Porque com a Ascensão aconteceu algo novo e belo: Jesus levou a nossa humanidade, a nossa carne para o céu – é a primeira vez! – isto é, ele trouxe para Deus. Aquela humanidade, que Ele havia tomado na terra, não ficou aqui. O Jesus ressuscitado não era espírito, não, ele tinha seu corpo humano, carne, ossos, tudo, e lá, em Deus, ele estará para sempre. Podemos dizer que desde o dia da Ascensão o próprio Deus ‘mudou’: desde então já não é só espírito, mas tanto quanto nos ama, traz em si a nossa própria carne, a nossa humanidade! O lugar que nos pertence é, portanto, indicado, nosso destino está lá. Assim escrevia um antigo Padre na fé: ‘Explêndida notícia! Aquele que se fez homem por nós […], para nos fazer seus irmãos, apresenta-se como homem diante do Pai, para trazer consigo todos os que lhe são parentes’ (S. Gregório de Nissa, Discurso sobre a ressurreição de Cristo, 1). Hoje celebramos ‘a conquista do céu’: Jesus que volta ao Pai, mas com a nossa humanidade. E assim o céu já é um pouquinho nosso. Jesus abriu a porta e seu corpo está lá.”
O Senhor subiu aos céus, mas não nos deixou sozinhos, Ele está diante do Pai mostrando a sua humanidade e intercedendo por nós, assim fala o Papa:
“A segunda pergunta: o que Jesus faz no céu? Ele representa-nos perante o Pai, mostra-lhe continuamente a nossa humanidade, mostra-lhe as feridas. Gosto de pensar que Jesus, diante do Pai, reza assim, mostrando-lhe as chagas. ‘Isto sofri pelos homens: façam alguma coisa!’. Mostra-lhe o preço da redenção, e o Pai comove-se. Isso é algo que eu gosto de pensar. Assim reza Jesus, não nos deixou sozinhos. Com efeito, antes de ascender, disse-nos, como narra o Evangelho de hoje: ‘Estarei sempre convosco até ao fim dos tempos’ (Mt 28,20). Ele está sempre conosco, olha para nós, está ‘sempre vivo para interceder’ (Heb 7,25) por nós. Para mostrar as chagas ao Pai, por nós. Numa palavra, Jesus intercede; ele está no melhor ‘lugar’, diante de seu Pai e nosso, para interceder por nós.”
O Papa nos fala da importância da intercessão:
“A intercessão é essencial. Esta fé é útil também para nós: ajuda-nos a não perder a esperança, a não desanimar. Diante do Pai há alguém que lhe mostra as chagas e intercede. Que a Rainha do Céu nos ajude a interceder com a força da oração.”
Depois do Regina Coeli
Depois da oração nosso Pontífice fala com tristeza da situação do Sudão, e pede a comunidade internacional que se emprenhem no dialogo, e pede que não nos acostumemos com a violência e a guerra.
“Queridos irmãos e irmãs! É triste, mas, um mês depois do início da violência no Sudão, a situação continua grave. Encorajando os acordos parciais alcançados até agora, renovo o meu sentido apelo à deposição de armas e peço à comunidade internacional que não poupe esforços para fazer prevalecer o diálogo e aliviar o sofrimento da população. Por favor, não vamos nos acostumar com conflitos e violência. Não vamos nos acostumar com a guerra! E continuamos ao lado do martirizado povo ucraniano.”
O Papa fez uma saudação especial aos jornalistas e comunicadores que estavam presentes, pois neste domingo é o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
“Hoje é o Dia Mundial das Comunicações Sociais, com o tema ‘Falando com o coração’. É o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora. Saúdo os jornalistas e operadores de comunicação aqui presentes, agradeço-lhes o seu trabalho e espero que esteja sempre ao serviço da verdade e do bem comum. Uma salva de palmas a todos os jornalistas!”
O Pontífice nos falou um pouco da Semana Laudato Si, e nos convida a cuidarmos da casa comum, e encerra saudando a todos os fieis, peregrinos, congregações, grupos, escolas e associações ali presentes.
“Hoje começa a Semana Laudato Si’. Agradeço ao Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral e às numerosas organizações aderentes; e convido todos a colaborarem no cuidado da nossa casa comum: há tanta necessidade de conjugar competências e criatividade! Recordam-nos também as recentes calamidades, como as inundações que atingiram a Emilia Romagna nos últimos dias, a cuja população renovo de coração a minha proximidade.”
“Desejo a todos um bom domingo. Por favor, não se esqueça de orar por mim. Por favor, não se esqueça!”