“Diante dos medos e dos fechamentos, então, invoquemos o Espírito Santo”
[Renata Neli, 28/05/2023 – Redação CatolicaWeb] Neste domingo, Solenidade de Pentecostes, nosso Pontífice nos fala do evangelho deste dia, que é a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos.
Assim como os discípulos, nós também nos trancamos diante de situações difíceis. Não em uma sala, mas sim em nossos corações. Assim nos fala o Papa:
“Os discípulos tinham fechado as portas, diz o Evangelho, ‘por medo’ (v. 19). A morte de Jesus os destruiu, seus sonhos foram destruídos, suas esperanças desapareceram. E eles se trancaram lá dentro. Não só naquela sala, mas dentro, no coração. Eu gostaria de enfatizar isso: trancado por dentro. Quantas vezes também nos trancamos dentro de nós mesmos? Quantas vezes, por alguma situação difícil, algum problema pessoal ou familiar, o sofrimento que nos marca ou o mal que respiramos ao nosso redor, corremos o risco de cair lentamente na perda da esperança e nos falta coragem para seguir em frente? Isso acontece muitas vezes. E então, como os apóstolos, fechamo-nos, barricando-nos no labirinto das preocupações.”
O Papa ainda nos exorta sobre os falsos medos: Se permitirmos que tomem conta de nossas vidas, todas as portas vão começar a se fechar, até mesmo as portas do nosso coração:
“Irmãos e irmãs, esse ‘fechar-se’ acontece quando, nas situações mais difíceis, permitimos que o medo tome conta e toque a ‘grande voz’ dentro de nós. Quando o medo entra, nos fechamos. A causa, portanto, é o medo: medo de não conseguir, de enfrentar sozinhos as batalhas de cada dia, de correr riscos e depois de se decepcionar, de fazer escolhas erradas. Irmãos, irmãs, o medo bloqueia, o medo paralisa. E também uma ilha: pensemos no medo do outro, de quem é estrangeiro, de quem é diferente, de quem pensa diferente. E pode até haver temor a Deus: que ele me castigue que esteja zangado comigo… Se dermos espaço a esses falsos medos, as portas se fecham: as portas do coração, as portas da sociedade, e também as portas da Igreja! Onde há medo, há fechamento. E isso não é bom.”
Mas é o Espírito Santo que vem para nos libertar de todos os medos, nos aproximar de Deus e iluminar nossos caminhos. Diante das dificuldades, recorramos ao Espírito Santo. Com estas recomendações, encerra o Papa:
“No entanto, o Evangelho oferece-nos o remédio do Ressuscitado: o Espírito Santo. Ele liberta das prisões do medo. Ao receberem o Espírito, os apóstolos – celebramos hoje – saem do cenáculo e vão ao mundo para perdoar os pecados e anunciar a boa nova. Graças a Ele os medos são superados e as portas abertas. Porque assim faz o Espírito: faz-nos sentir a proximidade de Deus e assim o seu amor afasta o medo, ilumina o caminho, consola, ampara na adversidade. Diante dos medos e dos fechamentos, então, invoquemos o Espírito Santo para nós, para a Igreja e para o mundo inteiro: para que um novo Pentecostes afaste os medos que nos assaltam e reacenda o fogo do amor de Deus. Santa Maria, que primeiro fostes cheia do Espírito Santo, intercedei por nós.”
Depois do Regina Coeli
Após a oração do Regina Coeli, o Pontífice nos recordou do aniversário de morte de Alessandro Manzoni, e sua importância na literatura, principalmente na Europa.
“Queridos irmãos e irmãs! No dia 22 de maio, comemorou-se o 150º aniversário da morte de uma das maiores figuras da literatura, Alessandro Manzoni. Pelas suas obras, foi cantor das vítimas e dos últimos: eles estão sempre sob a mão protetora da divina Providência, que ‘que derruba e levanta que atormenta e consola’; e são também amparados pela proximidade dos fiéis pastores da Igreja, presentes nas páginas da obra-prima de Manzoni.”
O Papa também nos pede para rezarmos pelas vitimas do ciclone que atingiu duramente Mianmar e Bangladesh, que já estavam em situações precárias.
“Convido-os a rezar pelas populações que vivem na fronteira entre Mianmar e Bangladesh, duramente atingida por um ciclone: mais de oitocentas mil pessoas, além dos muitos Rohingya, que já vivem em condições precárias. Ao renovar a minha proximidade a estas populações, dirijo-me aos responsáveis, para favorecer o acesso à ajuda humanitária, e apelo ao sentido da solidariedade humana e eclesial para ajudar estes nossos irmãos e irmãs.”
Nosso Pontífice encerra saudando a todos os presentes, fiéis, peregrinos, associações e grupos, e nos lembra que no próximo dia 31, em todos os santuários marianos, teremos momentos de oração em preparação a Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos, e peçamos a Nossa Senhora pela paz a todos os povos.
“Na próxima quarta-feira, no final do mês de maio, estão programados momentos de oração nos santuários marianos de todo o mundo para apoiar os preparativos da próxima Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Pedimos à Virgem Maria que acompanhe esta importante etapa do Sínodo com sua proteção materna. E confiamos a ela também o desejo de paz de tantas populações no mundo inteiro, especialmente na atormentada Ucrânia. Desejo a todos um bom domingo. E, por favor, não se esqueça de orar por mim. “