A capacidade de se reinventar no serviço a Deus.
Servir. Esta simples palavra deveria ser sinônimo de Cristão, pois ela é o ponto central da evangelização e anúncio da Palavra de Deus.
Segundo o dicionário, servir significa “trabalhar em favor de alguém, instituição, uma ideia, etc.”. Ora, então fica claro que o serviço que um Cristão exerce é em favor à Cristo, aos próximos, à Igreja, ao Evangelho e assim por diante.
E como servimos?
Novamente, segundo o dicionário, servir significa “ser útil, conveniente, ou adequado para alguém, algo, determinado fim ou efeito.”. Então, para servirmos devemos ser úteis, convenientes ou adequados à Cristo, à Igreja, à Salvação das almas ou qualquer necessidade que seja oportuna nossa ação.
A grande pergunta é: como ser útil, conveniente ou adequado? Ora, se assim formos, então estaremos servindo e, se estamos a serviço, então somos servos e, portanto, estamos cumprindo o que Jesus nos diz:
“Jesus, porém, os chamou e lhes disse: “Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão” (Mateus 20, 25 – 28).
Nós devemos nos fazer servos, ou seja, devemos nos fazer úteis, convenientes e adequados aos muitos serviços que o anúncio da Palavra de Deus exige. Para isto, é necessário, ao meu ver, nos reinventar sempre que for preciso. Claro que, em alguns casos, este processo de se reinventar leva tempo, entretanto, não podemos ser passivos e acomodados com nossos serviços pastorais.
Tomemos um exemplo. Imagine que seja necessário a um músico aprender uma nova música para tocar na Celebração Eucarística. O processo de aprendizado da música exige outras competências além de saber tocar um instrumento, pois é preciso um tempo para estudar a música, ouvir com atenção, identificar pausas e convenções, paciência em praticar até que, finalmente, a música seja dominada.
Desta forma, não basta somente saber tocar um instrumento, é preciso uma dedicação e outras habilidades que são de caráter organizacional que podem comprometer um serviço. Se não temos paciência para treinar, dificilmente vamos executar a música com perfeição. Se não prestar atenção na música como um todo, não somos capazes de identificar os pontos fáceis e difíceis que exigem menor ou maior atenção. Se não arrumamos tempo para treinar, a insegurança de executar na Celebração será muito grande e isto pode nos atrapalhar.
Um serviço ao Evangelho e a Palavra de Deus exige ações concretas em nós que geram virtudes. Toda vez que somos exigidos em nossos ministérios, estamos nos reinventando e pondo em prática atitudes que promovem estes Frutos do Espírito e vamos nos tornando cada vez mais úteis, convenientes e adequados a Deus.
Todas as vezes que temos que resolver alguma situação em nossas vidas, estamos sendo provados por competências que irão servir para nossa santificação. E se estamos passando por muitas provações, é porque, talvez, chegou novamente a hora de se reinventar e tornarmos úteis, convenientes e adequados ao que nos está sendo proposto. Se é preciso aprender novas habilidades, que assim seja. Se for necessário ouvir mais, que assim seja. Se for preciso falar mais, que assim seja. Se for preciso silenciar, que assim seja.
Seja o que for exigido, que assim seja para nossa santificação! E não tenhamos medo disto! Porque o Espírito Santo é quem produz toda essa criatividade e habilidade, pois Ele gera o que Lhe é agradável e Seu desejo ardente é que nós nos santifiquemos através de Seu Sopro Divino.
Que sejamos úteis, convenientes e adequados ao Amor. Que possamos confiar na Providencia Divina e nos reinventar quantas vezes forem necessárias para nossa Salvação. Que saibamos servir. Que sejamos humildes e discretos nesta vida, a fim de nos tornarmos últimos em tudo para que a Palavra de Deus possua o maior destaque.
De um católico qualquer,
Gabriel Bondioli Piterutti
A foto que escolhi: Que sejamos humildes como o Senhor é humilde, para que também participemos de sua Glória no Céu.